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Intensificadas investigações da morte de militar, e fatalizados em Parauapebas foram periciados em Marabá
14/09/2017 06:16 em Notícias

 

O cabo Raimundo Nonato Oliveira de Souza foi torturado e morto na frente da família

 

 

 

 

No início da tarde de ontém, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, representada pelas Polícias Militar e Civil, em coletiva à imprensa, na sede do 23 º Batalhão de Polícia Militar, em Parauapebas, apresentou o andamento das investigações relacionadas ao homicídios do cabo Raimundo Nonato Oliveira de Sousa, ocorrido na noite de 11 de setembro.

 

As Polícias Civil e Militar já instauraram inquéritos para apurar as circunstâncias da morte do militar, conhecido como “Cabo Santarém”. Esse foi um de uma série de esclarecimentos repassados aos jornalistas tanto pelo comandante geral da Polícia Militar, coronel Hilton Benigno e pela delegada Yana Azevedo, titular da Delegacia de Parauapebas.

 

Uma equipe da Divisão de Homicídios está em deslocamento para a cidade de Parauapebas e deve assumir o caso da morte do militar.

 

De acordo com a delegada Yana, a Polícia Civil já ouviu algumas testemunhas, dentre elas, familiares do militar. Além disso, imagens de câmeras de segurança de residências e estabelecimentos comerciais já estão sendo coletadas para ajudar na elucidação do crime. “Já ouvimos algumas pessoas, mas o trabalho ainda está no início e vamos nos empenhar para dá uma resposta satisfatória”, disse a delegada.

 

A polícia tentou produzir um retratado falado do autor dos disparos que tirou a vida do cabo, mas devido os familiares não apresentarem condições emocionais para descrever o suspeito, a delegada Yana decidiu aguardar um melhor momento. “Vamos aguardar que os parentes apresentem melhores condições”, disse. A delegada pediu cautela quanto informações veiculadas nas redes sociais, que podem ser encaradas como reais.

 

Um total de seis homicídios foram registrados após a morte do militar, todos por arma de fogo, segundo o Centro de Perícias Cientificas “Renato Chaves”. “As mortes serão investigadas individualmente”, revelou a delegada, que revelou ainda que algumas das vítimas já tinham envolvimento com o tráfico.

 

Inquérito militar

 

Por parte da PM, coronel Hilton Benigno explicou como será o curso do inquérito para esclarecer a morte do cabo Raimundo Nonato. “Determinei a instalação do inquérito policial, terá um encarregado para isso”. Indagado sobre a possível relação dos homicídios, registrados em Parauapebas nos últimos dias, com a morte do militar, afirmou: “Se durante este inquérito, for apresentada alguma conexão com essas mortes registradas recentemente, obviamente que será levado em consideração. Mas não podemos antecipar absolutamente nada”.

 

Durante uma resposta sobre o crescimento da violência, apontada por uma repórter, coronel Hilton disse que “a questão da violência é em Parauapebas e no restante do Brasil, infelizmente. Ainda que se combata a violência, temos um país que vive em guerra. Pedi ao delegado Rilmar, delegado-geral, para designar uma equipe específica para apurar a morte do cabo. Essa morte não vai ficar impune. Vamos chegar aos autores e prendê-los, na forma da lei”. “Todas as investigações relacionadas a mortes de militares estão em curso, todas têm o seu tempo”.

 

“Temos que mudar a nossa legislação, a considero ainda muito permissiva. Semana, em Belém, foi preso um elemento assaltando um ônibus pela décima-segunda vez. Eu não estou adiantando, mas é possível, é uma linha de investigação, que o cabo tenha sido vítima de pessoas que ele tenha prendido. É possível”, complementou o coronel Benigno.

 

Proteção

Ainda durante a entrevista coletiva, o comandante da PM falou sobre as ações de autoproteção direcionadas aos militares. “Cada policial militar e civil tem sua pistola e seu colete. Já estamos desenvolvendo seminários de autoproteção como medidas preventivas, uma vez que mais de 90% dos policiais são mortos no momento de folga”, afirmou o coronel. Dos 20 policiais militares mortos este ano, 11 estavam de folga, quatro de serviço, os demais morreram em consequência de acidente de trânsito, suicídio e por grave lesão, segundo dados da PM. Fonte:ORM

 

IML de Parauapebas passa por reformas e por isso foi necessária a transferência, e a Polícia investiga relação dos cinco assassinatos com a morte de policial

 

Os corpos das vítimas assassinadas em diferentes bairros de Parauapebas estão foram levados para o IML de Marabá para perícia. Segundo a instituição, a transferência foi necessária porque o IML de Parauapebas está passando por reforma.

Os primeiros corpos (dois jovens, de 17 e 19 anos) que chegaram a Marabá e já foram periciados, segundo a direção do Instituto, eles apresentavam marcas de balas. O IML recebeu outros três corpos na tarde de ontém quarta-feira (13).

A série de cinco assassinatos (há noticias de outros dois) ocorreu após a tortura e morte do policial Raimundo Nonato Oliveira de Sousa tinha, de 51 anos de idade, 23 deles como militar. Ele foi torturado por assaltantes e em seguida assassinado dentro de casa, na noite da ultima segunda-feira (11).

'Mataram meu filho inocente'

A mãe de uma das vítimas, Lúcia de Oliveira, que trabalha na Câmara de Parauapebas, diz que estava preparando o lanche dela e do filho antes de sair para trabalhar quando viu o filho ser assassinado.

“Meu filho ia me levar para o trabalho. Um rapaz chegou, pediu um papel pra fazer um cigarro. Meu filho entrou em casa pra pegar. Quando ele chegou, não conseguiu nem entregar o papel para os rapazes, já foi recebido com bala. Dois, em uma popezinha verde (tipo de moto). Eles mataram o meu filho inocente. Meu filho não tem passagem pela policia. Nem de casa ele saía. Eu perdi a minha vida”, desabafa a mãe.

Relação com morte de policial

Polícia investiga série de assassinatos após morte de PM, em Parauapebas

A série de assassinatos em Parauapebas chamou a atenção da segurança pública do estado, que enviou para o município o comandante da Policia Militar. Em 24 horas, ocorreram seis assassinatos. Os sexto assassinato, na noite da terça-feira (12), ocorreu na rua, no bairro da Paz, afastado do centro da cidade. Segundo a policia, era por volta das 22h quando um homem foi baleado e morreu na hora. Mais cedo, outro homem morreu vítima de tiros em outro bairro.

Após a tortura e morte do cabo da PM, foram registrados, em 24 horas, seis assassinatos em regiões diferentes da cidade e todos estão sendo investigados pela Polícia Civil.

 

O velório de Raimundo Nonato Oliveira aconteceu na Câmara de Vereadores de Parauapebas, onde familiares e amigos prestaram as últimas homenagens. O corpo do policial foi sepultado na manhã de ontém, quarta-feira no Cemitério Municipal de Parauapebas. 

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