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Fenômenos climáticos afetam níveis dos rios, aponta Serviço Geológico
29/03/2024 11:57 em Notícias

Mesmo com o inverno amazônico, rios continuam abaixo do normal

 

Por Maycon Marte-O Liberal

Rios continuam abaixo da média durante inverno amazônico 

De acordo com dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB), os rios da região norte estão abaixo do esperado para esta época do ano. Segundo a companhia, estes índices são reflexo do fenômeno conhecido como “Super El Niño”, que atingiu o país em 2023.

 

O Sistema de Alerta Hidrológico (SAH), que realiza o monitoramento e a previsão do nível dos rios, aponta que mesmo durante o inverno amazônico - período com maior volume de chuvas - as bacias hidrográficas da região seguem com níveis inferiores ao normal.

 

 

De acordo com a série histórica de monitoramento, entre os anos de 1977 e 2024, no Pará, a bacia do Rio Xingu, que abarca os municípios de Altamira e São Félix do Xingu, sofre com os impactos do fenômeno e reflete os níveis negativos.

 

Seguindo o mesmo comportamento, a bacia do Rio Amazonas, no município de Óbidos, encara a linha vermelha, mas sofre com a seca desde o último ano.

 

Em Boa Vista (RR), o nível do Rio Branco segue o mesmo comportamento e se aproxima do menor nível já registrado na sua série histórica, em 2016.

 

Os dados também apontam que o acúmulo de chuva no período dos últimos sete meses (agosto de 2022 a fevereiro de 2024) está abaixo do esperado para esta época do ano, com apenas 21%.

 

Ainda no Pará, outras regiões apresentam índices negativos, a exemplo de Conceição do Araguaia, onde o nível do rio está 38% abaixo da média para o período. O monitoramento também destaca que a região está apenas 13% acima do mínimo já registrado e com previsão de superar essa marca.

 

O fenômeno do El Niño deve se entender por alguns meses até a transição para o La Niña, quando ocorre a diminuição da temperatura da superfície das águas dos oceanos.

 

Segundo o SGB, “ainda é difícil prever os impactos na temperatura e no regime de chuvas, mas, de acordo com o MCTI, no próximo verão, a situação mais provável é de precipitações superiores à média no extremo norte do Brasil e de temperaturas inferiores ao normal, a partir de outubro de 2024, acarretando em eventos de enchentes e inundações".

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