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Mandante da execução de servidora de Paragominas era amigo da vítima
22/08/2017 20:28 em Notícias

 Mulher de 62 anos foi alvo de cinco tiros na noite do dia 15 de julho e morreu após 23 dias internada

 

 

O assassinato de Maria Augusta da Silva, de 62 anos, foi encomendado por um amigo dela, o empresário Charles Sarmento de Lira, que está foragido. A vítima era coordenadora de Urbanismo da Prefeitura Municipal de Paragominas. Os dois executores e um dos mandantes do crime foram presos pela Polícia Civil, no Pará e em Goiás. Ela foi alvo de cinco tiros, na noite do dia 15 de julho deste ano. Morreu após 23 dias internada. O crime valeria R$ 40 mil. Os assassinos nunca receberam o dinheiro.

Charles era sócio de Maurício da Luz Ramos. Eles tinham uma empresa de serviços de limpeza urbana e reciclagem, a Tech Lixo. Queriam fechar contratos com a Prefeitura de Paragominas, mas esbarravam num obstáculo: Maria Augusta. A servidora era responsável por fiscalizar contratos e serviços do lixão, do parque, das praças, dos lagos e da arborização da cidade, que detém o título de Município Verde. Porém, o filho de Augusta é quem detinha esses contratos. É algo que a investigação da Polícia Civil apontou e que será investigado pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).

Maurício é ex-cabo da Polícia Militar. Foi expulso da corporação e tinha um mandado de prisão em aberto. Também é ex-vereador do município de Paragominas. Além de ser um dos mandantes do assassinato, foi o intermediador. Ele foi quem contratou Gleison Santos Monteiro (condutor da moto usada no crime) e Thiago Santos da Rocha (o atirador) para matar Maria Augusta. A eles foi prometida a quantia R$ 40 mil.

A Polícia Civil começou a investigar os assassinos poucas horas após o crime. Conseguiram imagens e então rastrear a moto usada por Gleison e Thiago. Constantemente mudavam de endereço. Foram presos já fora do Pará, no município de Aparecida de Goiânia (GO), após 35 dias de investigação. Confessaram e entregaram os nomes de Maurício e Charles. A moto usada foi apreendida. A arma não foi localizada e eles afirmaram tê-la jogado num rio.

"Os dois estavam prontos para fugir novamente para o Mato Grosso. Curiosamente, confessaram que ficavam mudando de endereço para escapar de Maurício. Não era nem medo de a polícia prendê-los, era medo de Maurício fazer uma 'queima de arquivo'. Sempre eram questionados onde estavam, em qual endereço e sempre o despistavam", disse o delegado Cristiano Nascimento, superintendente regional de Paragominas.

Na noite do crime, Gleison e Thiago já estavam perseguindo a vítima e quase a mataram em outras três situações. Mas somente na quarta tiveram êxito. Se aproximaram de Augusta e deram-lhe cinco tiros pelas costas, numa distância muito curta. Estava distraída, logo após sair de um supermercado.

"A confissão dos assassinos convergiu com nossas provas técnicas. Não restavam dúvidas. Mas chama a atenção que Charles era amigo de Augusta. Tinha fotos com ela, em comemorações, abraçado com ela... mas a ganância se sobrepôs à amizade. Os familiares de Augusta, uma pessoa conhecida e bem-quista no município, desconheciam outras possíveis ameaças", comentou o delegado geral Rilmar Firmino.

 

Quaisquer informações sobre Charles, que está foragido, podem ser enviadas pelo Disque-Denúncia (181). Não é preciso se identificar. A ligação é gratuita.

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